Biodiesel B15: Como o novo diesel impacta seu gerador e o que fazer para proteger seu sistema de injeção

A partir de agosto de 2025, a mistura obrigatória de biodiesel no óleo diesel passará de 14% para 15%. A decisão, aprovada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), representa um passo importante na busca por uma matriz energética mais sustentável. No entanto, essa mudança traz novos desafios técnicos para os gestores de sistemas a diesel, especialmente em geradores de energia que operam com períodos prolongados de armazenamento de combustível.

O biodiesel é um avanço ambiental, mas também um ponto crítico de atenção para a confiabilidade de equipamentos.

Por que o aumento para B15 exige cuidados redobrados?

O biodiesel, por natureza química, possui maior higroscopicidade (absorção de água do ar), é mais biodegradável, menos estável à oxidação e tem maior afinidade com metais reativos, como cobre, zinco e latão. A elevação da mistura para 15% potencializa essas características.

Os principais riscos são:

  • Formação de água nos tanques, favorecendo proliferação de fungos e bactérias;
  • Degradação microbiológica, gerando borras que entopem filtros e obstruem injetores;
  • Formação de ácidos, acelerando a corrosão de componentes metálicos do sistema;
  • Oxidação acelerada, reduzindo a eficiência do combustível;
  • Perda de lubricidade crítica em motores com injeção de alta pressão.

O que isso significa para geradores de energia?

Geradores, especialmente os de emergência ou de uso esporádico, armazenam diesel por períodos prolongados. Em condições ambientais típicas do Sudeste (temperaturas elevadas e alta umidade), isso cria o cenário ideal para a degradação do B15.

O resultado prático? Equipamentos que falham quando mais precisam operar. E com a nova composição do diesel, isso pode acontecer mais rápido do que muitos imaginam.

Procedimentos essenciais de manejo com o diesel B15

Baseado nas diretrizes da Petrobras, ANP e boas práticas da engenharia, seguem recomendações fundamentais para condomínios, indústrias, supermercado e centros comerciais que utilizam geradores:

1. Controle de qualidade do combustível

  • Inspeção periódica do diesel (análise visual: cor, odor e translucidez);
  • Análise laboratorial a cada 3 a 6 meses para verificar estabilidade e contaminação.

2. Gestão de estoque e rotatividade

  • Armazene apenas o volume necessário para 30 a 60 dias;
  • Utilize o sistema FIFO (first in, first out): o diesel mais antigo deve ser consumido primeiro;
  • Evite comprar combustíveis em grandes quantidades para longos períodos sem planejamento.
  • Compre combustível de qualidade.

3. Drenagem e limpeza

  • Drenagens periódica nos tanques para remoção de água;
  • Limpeza técnica periódica dos tanques (pelo menos uma vez por ano);
  • Descarte adequado de borras e resíduos, conforme normas ambientais.

4. Filtragem e proteção

  • Instalação de filtros micrônicos e separadores de água na linha de abastecimento;
  • Proteção dos tanques contra radiação solar direta e variações térmicas;
  • Válvulas de respiro com filtros, para reduzir troca de umidade com o ambiente.

5. Evite materiais incompatíveis

  • Não utilize conexões ou componentes de cobre, bronze, zinco, latão ou ligas similares;
  • Prefira aço inox, alumínio ou aço carbono tratado para instalações em contato com o combustível.

Conclusão técnica

A chegada do B15 é irreversível — e positiva sob a ótica ambiental e econômica. Mas, para o setor de geração de energia, ela exige um novo patamar de responsabilidade técnica e preventiva.

Na prática, quem não se adaptar corre o risco de falhas críticas, aumento de custos com manutenção e até danos permanentes ao sistema de injeção.

Profissionais da área de manutenção predial, síndicos, engenheiros industriais e compradores precisam compreender que geradores parados por combustível contaminado não são acidentes — são consequência direta de má gestão.


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